quinta-feira, novembro 25, 2010

FISCAIS DA IDARON INTERCEPTAM VENDA AMBULANTE DE MUDAS

Os fiscais e assistentes fiscais agropecuários da Agência IDARON do município de Cabixi, interceptaram, apreenderam e destruíram 547 mudas de diversas espécies de plantas ornamentais, frutíferas e palmeiras transportadas num caminhão com placa de Herculândia (SP), e que estavam sendo comercializadas nas ruas do município. A ação foi coordenada pelo Fiscal José Corsino e contou com o apoio da Polícia Militar.
Depois de interceptadas, as mudas foram destruídas no aterro sanitário do município, e o vendedor, autuado.
O comércio ambulante de mudas é proibido no Estado do Rondônia. A Lei de Defesa Sanitária Vegetal estabelece medidas com vistas a coibir o comércio ambulante e ilegal de mudas para manter a sanidade dos cultivos vegetais e evitar a infestação de pragas e doenças que tantos prejuízos provocam aos produtores e ao Estado. As mudas sem procedência provocam infestação de pragas e doenças em cultivos vegetais como lavouras, pomares, florestas, hortas e jardins.
A venda de qualquer tipo de muda sem comprovação de origem preocupa, ainda mais quando se trata de mudas cítricas, que, se doentes, podem causar grandes prejuízos. Com base nesta lei, está proibido em todo o território rondoniense o comércio de mudas por intermédio da prática da venda ambulante em praças ou vias urbanas, dentro de veículos ou não, fora de estabelecimento comercial regularmente constituído, e sem endereço definido.
Quando a população se deparar com vendedor ambulante de mudas, os fiscais da Idaron aconselham a entrar em contato com a Idaron de seu município, para que possa coibir essa espécie de comercialização.
O interessado em comercializar mudas, deve inscrever-se no Registro Nacional de Sementes e Mudas – RENASEM junto ao Ministério da Agricultura e cadastrar-se na Agência IDARON para poder atender todos os critérios e exigências para a atividade. Desta forma disponibilizará aos clientes um local de comercialização conhecido e com condições necessárias para armazenamento além de garantir a identidade e origem das mudas, através da documentação exigida pela legislação. Não cumprindo estas exigências, o vendedor não pode comercializar qualquer tipo de muda.
ALERTA - A IDARON alerta à população para que não comprem mudas em caminhões, expostas nas ruas e vendidas por ambulantes, pois muitas delas são de origem desconhecida e não sofrem qualquer tipo de fiscalização. “Essas mudas podem trazer pragas e doenças de difícil controle, ou mesmo pragas que não existem no Estado, acarretando sérios prejuízos econômicos”, esclarece Rachel Barbosa, responsável pela área de fiscalização de mudas, da Agência Idaron.




Fonte: IDARON

quarta-feira, novembro 24, 2010

Soja: Ferrugem pode atacar antes do florescimento nesta safra

Com o grande atraso no plantio da soja, a doença pode pegar a planta ainda muito jovem e o monitoramento da lavoura deve ser intensificado
Juliana Royo
17/11/2010
O efeito do fenômeno climático La Niña sobre a atual safra de soja está sendo alarmante. Com a instabilidade e atraso das chuvas, o plantio do grão está mais atrasado do que se esperava e, com isso, as doenças podem causar prejuízos maiores do que os anos anteriores. Um dos problemas a ser enfrentados pelos agricultores de Mato Grosso é a ferrugem, uma doença grave da sojicultura que causa a desfolha da planta, reduzindo consideravelmente a produtividade. O grande atraso no plantio vai fazer com que ferrugem entre na lavoura na fase inicial de desenvolvimento da planta atacando a planta ainda muito jovem.
A Fundação MT está rodando o Estado do Mato Grosso entre os dias 16 de novembro a 3 de dezembro para orientar os produtores em relação ao manejo das doenças nesta safra. Segundo o pesquisador Fabiano Siqueri, a recomendação é para que os agricultores fiquem mais atentos aos sinais da lavoura e intensifiquem o monitoramento para saber se a ferrugem já chegou à plantação. Se ela atacar a planta ainda antes do florescimento, a aplicação de fungicidas deve ser feita imediatamente. Caso contrário, os produtores devem esperar o período de florescimento para fazer a aplicação preventiva após esta fase.
Outra recomendação importante é o uso de variedades resistentes à ferrugem ou menos suscetíveis. A Fundação MT, em parceria com a empresa TMG, lançou duas cultivares resistentes na safra passada: a TMG 801 e a TMG 803. Outra variedade já está sendo desenvolvida para a próxima safra. O problema é que a grande maioria dos sojicultores do Estado, cerca de 90%, ainda plantam os materiais suscetíveis à doença. Os cuidados no manejo da lavoura também são muito importantes para diminuir a incidência da doença ou, pelo menos, atrasar a chegada dela na lavoura. Entre as medidas que devem ser tomadas estão o uso de sementes sadias, o plantio na época adequada, o respeito com o ciclo da cultivar escolhida e plantio com espaçamento adequado para desfavorecer o surgimento do fungo.
Outras doenças


A mancha-alvo e a antracnose também são doenças importantes que precisam ser controladas pelos produtores. No caso delas, os cuidados de manejo são ainda mais importantes porque os químicos existentes no mercado não são eficientes no controle destas doenças. Uma das recomendações mais importantes é a adoção do sistema de rotação de culturas, que diminui bastante os problemas com doenças na lavoura de soja, mas praticamente não é utilizado no Mato Grosso.


— O controle químico é ineficiente contra estas doenças. Os produtores às vezes aplicam muito produto sobre estas doenças, mas o resultado é pouco efetivo. Estamos recomendando o uso de variedades menos suscetíveis a estas doenças, além da rotação de culturas. Aqui no Mato Grosso é a monocultura de soja domina e isto é um fator que acarreta o aumento de doenças ao longo dos anos. Plantar no espaçamento adequado fazendo com que o microambiente fique desfavorável aos fungos e seguir as recomendações de época de plantio também são recomendações que a gente está fazendo aos produtores — explica Siqueri.

Isca com melaço controla broca da cana-de-açúcar

Aplicação de defensivos com 5% de melaço é recomendada contra a praga, já que controle biológico não é muito eficaz em algumas regiões

Juliana Royo

A broca da cana-de-açúcar causa inúmeros prejuízos aos produtores e, normalmente, é controlada através do uso de vespinhas que são inimigas naturais da praga. No entanto, em algumas regiões, principalmente no Estado de São Paulo, as condições climáticas para o desenvolvimento da broca são tão favoráveis que as vespinhas não conseguem dar conta de fazer o controle total. Com isso, muitos produtores passaram a utilizar pulverizações de químicos nas plantações com reguladores de crescimento, o que acarreta danos ambientais.

Para resolver estes problemas, pesquisadores da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz), da USP (Universidade de São Paulo), desenvolveram uma forma alternativa de combate à broca. Eles descobriram que adicionando 5% de melaço aos químicos reduziria o impacto ambiental do produto e aumentaria a eficácia do controle. As mariposas adultas da broca da cana são atraídas pelo melaço e ao se alimentarem ingerem o veneno presente no agrotóxico. Dessa forma, a praga é controlada na sua fase adulta, antes da formação dos ovos, o que torna o controle muito eficaz. Além disso, é uma alternativa econômica já que é necessário o uso de menor quantidade de químicos e o melaço é um produto barato produzido pela própria indústria canavieira.

— Nós tentamos desenvolver uma isca para que ela pudesse atuar sobre a praga adulta, que é a mariposa. O controle químico convencional existente era feito através da lagarta e a ideia de controlar o adulto é melhor. É mais econômica porque a gente mata o adulto antes dele gerar os ovos e antes de começar o ataque intenso à lavoura. O sucesso da pesquisa foi descobrir que ao adulto da broca basicamente não precisa se alimentar. A mariposa só come se o alimento estiver muito próximo dela, sem grande esforço. Com isso, verificamos que a isca deveria ser colocada a mais ou menos 0,5 metro de distância da mariposa para ela se alimentar do melaço e, consequentemente, ser afetada pelo veneno — explica o pesquisador Otávio Nakano, professor da Esalq.

O melaço deve ser utilizado na proporção de 5% do total da calda, que é de cerca de 20 litros por hectare. Ou seja, é usado em torno de 1 litro de melaço por hectare misturado com inseticida. O pesquisador diz que os produtores que não tiverem acesso ao melaço podem fazer a substituição por hidrogén, que é uma substância extraída do óleo de soja e também mostrou grande eficácia nos estudos feitos para o controle da broca da cana-de-açúcar.

Fonte: Portal dia de campo